segunda-feira, 22 de junho de 2015

Eu não guardo mágoa.Sei lá, tanta coisa para guardar que eu simplesmente não consigo. Você tentará me lembrar daquele dia em que o primo do vizinho, que tinha um cachorro e um papagaio pisou no meu pé e eu só vou conseguir lembrar que ele contou uma piada hilária. É mais forte que eu.
Talvez você pense que isso é coisa de gente boba, de quem não sabe diferenciar as relações e eu vou dizer que, talvez, sim. Mas é também coisa de gente que não tempo a perder, só lembranças a ganhar.

O pisão no pé pode ter doído, mas a piada foi tão boa que eu conto ela até hoje quando estou em uma roda de amigos. É simples assim: o momento de alegria sai pisando em todos que me fizeram tristes e chega primeiro na lista de prioridades da minha memória.

Às vezes, isso leva tempo para acontecer. Em outras, é instantâneo. Coloco cada pensamento no seu devido lugar e vou criando um espaço bem aconchegante para tudo que valeu a pena. É lá que eu me encontro.

É claro que quando eu puxo a gaveta das recordações vêm coisas que eu preferia não ter passado, mas é impressionante também a quantidade delas que viveria tudo de novo. Deve ser porque eu entendi que as coisas podem até me atingir, mas só eu tenho o poder de escolher o que levo comigo.
(Fernanda Gaona)

Abraços,

Rosangela Lessa.


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